São Paulo em 3 dias

Finalmente este viajante que vos fala saiu da toca e viajou! Sabe aquele friozinho que dá na barriga quando a gente vai conhecer algo novo? Eu estava com saudades disso. Meu destino dessa vez foi São Paulo! Fui sem conhecer nada (ou praticamente nada), não fiz roteiro, não fiz pesquisas, não sabia de nada. Deixamos tudo por conta do nosso amigo mochileiro Kdu Sandes. Logo eu que sou perfeccionista! Geralmente eu faço tudo, pesquiso tudo, decoro os mapas, leio dicas em vários lugares, faço um minucioso roteiro com horários, valores e dados importantes.

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Receita de uma viagem

(Mochilão Europeu ao chá inglês, Croissant Francês, acompanhado de bolinhos holandeses, pizzas de Roma e café de Barcelona)

Ingredientes: 4 amigos, 6 cervejas quentes, 1 Cachoeira, 1 Sol, 1 Sombra.

Modo de preparo:

Junte você e mais três amigos (de preferência os com pouco juízo), leve-os pra uma cachoeira num dia quente, deixe-os em água gelada por 15 segundos e ao sol de mais ou menos 36ºC para secar, adicione cerveja quente (de preferencia a mais barata) em suas mãos, junte-os numa sombra e aguarde o papo rolar… em aproximadamente em 15 minutos, quando a conversar chegar no “nossa, como estamos velhos” solte a frase matadora pra dar aquele tempero: – poxa, a gente podia viajar juntos numa viagem bem massa!

Se os ingredientes da sua receita forem de boa qualidade (e a cerveja for de péssima) todos dirão os lugares do mundo que ainda querem conhecer. A partir desse momento de total lucidez faça-os prometer viajar. E Voilá! Em menos de 1 ano você estará na viagens do seus sonhos onde tudo poderá acontecer…

Depois de convencer seus amigos, faça infinitas reuniões para decidir cada etapa do seu incrível mochilão. Entre em todas as livrarias e leia todos os livros e guias sobre viagens nos próximos 6 meses. 

Faça amizade com o Google Maps, TripAdvisor, HostelWorld, Quarto de viagem (hehe) entre outros. Faça planilhas, compre Euros e Libras, compre uma mochila, veja videos de como fazer uma mochila. Decore todo o mapa dos lugares que irá visitar e Bon Appetit!

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Café e viagens

Quem me conhece sabe que eu sou louco por café. Desde pequeno, mesmo sem tomar, eu já era fã daquele cheirinho de café fresquinho. Lembro-me de acordar bem cedo, sair da cama, ir direto pra cozinha e sentar-me à mesa. Imagine um comercial de margarina, sem a margarina, mas com mamãe ao pé do fogão e papai puxando a cadeira pra começar sua rotina matinal. Essa é minha fotografia de felicidade de quando eu era bem pequenininho.

Esse tiozinho me representa:
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A maçã, o menino e o mundo

fonte: Patr!c!a via Visual hunt/CCBY-NC

Eu tenho muita sorte de ter os amigos que tenho… sem eles meu mundo seria tão miserável pequeno (minhas viagens seriam Brasília – Nordeste, Nordeste – Brasília). Sempre achei que atravessar a fronteira do meu país era como cair num poço sem fundo (vocês acreditam que eu me achava indigno de conhecer outra cultura, minhas mãos suavam em pensar que eu teria que falar com um estrangeiro, parecia que, em algum momento, eu iria ofendê-lo ou cometer uma gafe bem constrangedora).

Por volta dos meus 7 anos, descobri que o irmão mais velho do meu vizinho morava nos Estados Unidos. Certa manhã, a molecada toda estava na rua reunida jogando Bete, justamente na frente da casa do vizinho o qual o irmão mais velho morava nos Estados Unidos, e estava lá de visita. “Nossa!” – pensava eu. Nunca estive tão perto de conhecer alguém vindo de um lugar (pra mim) inalcançável, de um lugar que me dava medo e fascínio ao mesmo tempo. Tudo que vinha de fora pra mim era algo extraordinário, à beira da perfeição… Então, não pensei duas vezes; corri para a minha casa, peguei a maça mais bonita, deixei-a brilhando, penteei meus cabelos rebeldes com um creme super grudento e fui pra rua tentar parecer que aqui, no Brasil, tínhamos dignidade (ou que podíamos parecer com os garotos dos filmes da Sessão da Tarde).

Vinte e três anos depois, eu consegui! Saí do meu país (por apenas alguns metros, mas saí). Atravessei a fronteira do Brasil com o Paraguai para comprar bugigangas. Não era bem o que eu imaginava… no Paraguai tudo era muito mais feio, pobre e violento que no Brasil, mas mesmo assim foi mágico.

Apenas em 2013, nos meus 32 anos, minha primeira viagem internacional de verdade iria acontecer. Eu tinha acabado de pedir férias da agência de publicidade em que eu trabalhava e meu roteiro era apenas ir para o interior do Mato Grosso (Barra do Garças) e uma praia do litoral paraense (Salinópolis), mas dois grandes e velhos amigos me convenceram a voltar mais cedo do Pará e embarcar com eles para os EUA. “Cara*&^! Que loucura! Minha primeira viagem pro exterior e logo pra Miami, Orlando e Nova Iorque”.

É isso! Era tudo o que eu imaginava e mais um pouco! Viajei, engordei, comprei um pouco, sonhei acordado, comprei mais pouco, foi o melhor dinheiro gasto da minha vida! Viciei! O mundo que eu conhecia era pequeno e cresceu e o mundo que eu tinha medo era grande e diminuiu…

Ah! Detalhe: um guarda da imigração me deu muita bronca (em inglês e espanhol) e eu cometi muitas gafes constrangedoras, mas isso são outras histórias.

Um obrigado aos amigos de viagens inesquecíveis: Plínio, Gus, Leuma, as gêmeas do meu coração Flá & Fer, Ely, Kdu e Marcus Sandes, Amandita, Gabys (e se eu esqueci alguém me perdoe ou comente).

Eu, na loja da Apple na 5ª Avenida me sentindo o pinto no lixo.
Eu, na loja da Apple, na 5ª Avenida em NYC me sentindo o pinto no lixo.

 

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Quase todos meus grandes amigos de viagem…